Olhar da Saúde 2025-Thumbs-10 cuidados

10 cuidados fundamentais para quem tem pressão alta

Cardiologista aponta atitudes comuns que podem atrapalhar o controle da hipertensão e reforça o que realmente importa para manter a saúde do coração em dia

Não é novidade que a hipertensão arterial, popularmente chamada de pressão alta, é conhecida como uma “doença silenciosa”. E com razão: na maioria dos casos, ela não apresenta sintomas. Mas isso está longe de torná-la inofensiva. Pelo contrário, quando não é controlada, pode comprometer diversos órgãos e causar complicações graves, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e doença renal crônica.

Para o cardiologista Rogério Fortes Lobato, diretor médico da CardioVita, que atua também como clínico geral e ecocardiografista, o maior problema da hipertensão é o diagnóstico. “Cerca de um terço da população é hipertensa, e o grande problema é que, entre os 45 e 50 anos, há um aumento muito grande da população que vai ficando hipertensa. Por volta dos 60-70 anos, quase a totalidade da população fica hipertensa”. Embora o cenário não pareça nada atraente, há uma luz no fim do túnel da pressão alta: ela pode ser controlada!

Segundo o especialista, o tratamento da hipertensão exige atenção contínua e, por mais que o diagnóstico seja antigo ou o tratamento esteja aparentemente “sob controle”, ainda é comum que os pacientes cometam deslizes ou adotem comportamentos que dificultam o sucesso em longo prazo. Por isso, reunimos aqui 10 cuidados essenciais para quem tem pressão alta. Confira:

  1. Não abandonar o tratamento quando a pressão melhora

Esse é um dos comportamentos mais comuns e mais perigosos. “Muitos pacientes começam a se sentir bem e acham que podem parar de tomar os remédios. Mas, na verdade, o controle da pressão acontece justamente por causa da medicação e das mudanças de hábitos”, explica Lobato. Portanto, se parar com o remédio, a pressão volta a subir.

  1. Cuidar da alimentação todos os dias 

Reduzir o consumo de sal, evitar alimentos ultraprocessados e manter uma dieta equilibrada são atitudes básicas para quem vive com hipertensão. Conforme explica o cardiologista, o excesso de sódio está presente não apenas no sal de cozinha, mas em molhos prontos, embutidos, enlatados, macarrão instantâneo e até em pães industrializados. Por isso é importante ler os rótulos e dar preferência a alimentos frescos, naturais e aos preparados em casa. O profissional também alerta que nenhum produto deve ser consumido em excesso – nem o tradicional cafezinho de todos os dias.

  1. Monitorar a pressão regularmente

O acompanhamento da pressão arterial não deve acontecer apenas nos check-ups. Ter um aparelho de pressão confiável em casa e aprender a usá-lo corretamente pode ajudar o paciente a perceber variações e buscar orientação médica antes que o problema se agrave. A orientação é dar preferência ao aparelho automático de braço, já que os modelos de pulso tendem a apresentar mais erros. Para um controle mais preciso, o ideal é realizar duas medições consecutivas, sempre em repouso.

  1. Dormir bem 

Distúrbios do sono, como a insônia e a apneia, estão associados ao aumento da pressão arterial. O sono é reparador e influencia diretamente o funcionamento do sistema cardiovascular. Portanto, dormir pouco ou mal aumenta a liberação de hormônios que elevam a pressão. 

  1. Controlar o estresse

O estresse crônico pode provocar picos hipertensivos e sobrecarregar o coração. Esse estado de nervoso constante exige do organismo uma resposta de alerta que não é saudável – nem em curto e nem em longo prazo.

  1. Praticar atividade física 

A prática regular de atividades físicas, como caminhada, natação ou bicicleta, ajuda a controlar a pressão, melhorar a circulação e reduzir o risco de doenças cardíacas. E não precisa ser nada extremo: apenas trinta minutos de caminhada, cinco vezes por semana, já trazem grandes benefícios. O importante é manter uma rotina e escolher uma atividade de que goste.

  1. Evitar o consumo excessivo de álcool

O álcool, quando consumido em excesso, contribui para o aumento da pressão arterial. Segundo o especialista, mesmo em pequenas quantidades, ele pode interferir no efeito de medicamentos. Por isso, o ideal é consumir com moderação ou, se possível, evitar. 

  1. Cuidar do peso corporal

O excesso de peso está diretamente relacionado à hipertensão. A gordura ou circunferência abdominal tem uma forte ligação com o aumento da pressão e com outras condições, como diabetes e colesterol alto. Por isso, perder alguns quilinhos já pode fazer diferença.

  1. Manter o acompanhamento médico em dia

Além da consulta com o cardiologista, é importante fazer exames periódicos e, se necessário, visitar outros especialistas, como nutricionista e endocrinologista. “A hipertensão costuma vir acompanhada de outros fatores de risco, como diabetes e obesidade”, afirma o médico. Ou seja, o correto é fazer um tratamento multidisciplinar e personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente.

  1. Levar a hipertensão a sério, mesmo sem sintomas

Por não causar dor ou desconforto imediato, muitas pessoas subestimam a gravidade da hipertensão. Mas ela é uma doença traiçoeira, que se instala no organismo de forma silenciosa e que pode causar danos irreversíveis, alerta o médico.

Encarar a hipertensão com responsabilidade e atenção não precisa ser um fardo, muito pelo contrário: ao fazer boas escolhas no dia a dia, o paciente melhora a pressão arterial e ganha mais qualidade de vida.

Cuidar da pressão é um ato de autocuidado. É possível viver bem com hipertensão, desde que o tratamento seja levado a sério e integrado à rotina de cada pessoa.

Por Letícia Martins,

Olhar da Saúde-Leticia Martins

Letícia Martins

Jornalista com foco em saúde, escritora, fundadora da Momento Saúde Editora e da revista Momento Diabetes.

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