Olhar da Saúde-Thumbs-Doença do refluxo gastroesofágico

Doença do refluxo gastroesofágico: quando hábitos e comportamentos podem estar na raiz do problema

Parte significativa da população possui essa condição multifatorial, que se estende em diversas faixas etárias

Já experimentou a sensação desagradável de um conteúdo ácido invadir a sua garganta de dentro para fora, de repente, principalmente quando estava deitado? Se sim, essa sensação já aconteceu ou acontece com frequência? Um segundo “sim” pode indicar que você possui doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).

O que é a DRGE?

Esse é um problema nada incomum, mas nem por isso pouco importante. De 12% a 20% da população brasileira, em ambos os sexos e sobretudo depois dos 40 anos, tem essa condição, conforme aponta a página Vida Saudável, do Hospital Albert Einstein. A comida, que já fluiu para o estômago, acaba fazendo o caminho contrário e retorna para o esôfago (daí o refluxo).

Explicando mais detalhadamente, o esôfago conta com duas válvulas, ou esfíncteres: uma em sua parte superior, na junção com a faringe, e outra na parte inferior, onde o esôfago se comunica com o estômago. O alimento que acabamos de mastigar e ingerir passa pela faringe e, em seguida, entra no esôfago assim que a válvula superior se abre, chegando ao estômago com a abertura da válvula inferior. Quando funciona normalmente, esta última válvula se fecha após esse processo, para evitar que o ácido formado no estômago reflua até o esôfago.

Quais são as causas e os sintomas?

Além do fechamento ineficiente do esfíncter esofágico inferior, a fragilidade dos músculos do esôfago e a hérnia de hiato – quando a parte mais inicial do estômago se desloca para a parte de cima do músculo diafragma, responsável pela separação do tórax e do abdômen – estão entre as possíveis causas da doença. Cabe, também, diferenciar da DRGE o refluxo tido como fisiológico: este é relativo ao retorno do conteúdo gástrico, como alimentos e/ou ácidos, que pode ocorrer em até 60% dos lactantes, com início em cerca de 7 semanas de vida, segundo o portal Drauzio. Esse refluxo, porém, desaparece de forma espontânea na maioria dos casos.

Outros sintomas acompanham a DRGE. O Ministério da Saúde reúne alguns deles: azia ou queimação originadas na boca do estômago, tosse seca, dor torácica intensa e doenças pulmonares de repetição, como asma e bronquite. Entre os fatores de risco, estão obesidade, refeições volumosas próximo do horário de se deitar e ingestão de alimentos como chocolate, molho de tomate, bebidas alcoólicas, refrigerantes, café e chás escuros. Certos medicamentos (como aqueles para asma, pressão alta e alergias), tabagismo, gravidez e envelhecimento também participam dessa lista.

Como tratar?

Durante o tratamento, mudanças de hábitos de vida auxiliam, e muito, no controle dos episódios de refluxo. Dentre eles, os mais importantes são redução do peso corporal, evitar tomar líquidos junto com as refeições, evitar se deitar entre 2 e 3 horas depois da alimentação e elevar a cabeceira da cama (15 cm). Medicamentos e cirurgia podem ser opções em casos selecionados. 

Se você sente que a sua qualidade de vida está sendo prejudicada pelos sintomas mencionados aqui e se busca fazer uma verificação de seus hábitos alimentares, procurar um médico é fundamental. Seja antes, seja depois do diagnóstico, a palavra de ordem é controle!

 Por redação,

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