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“Primo” do Ozempic vem em comprimido e traz resultados encorajadores em pesquisa com diabetes tipo 2

Embora ainda em testes, o medicamento orforglipron desponta como uma opção principalmente para pacientes que não gostam de injeções. Conheça seu potencial

Se você ou alguém próximo convive com o diabetes tipo 2, prepare-se para uma notícia promissora: um novo medicamento oral chamado orforglipron está mostrando resultados positivos no controle da glicemia e na perda de peso. Mas, diante de outras promessas, por que esse remédio tem causado tanta empolgação? Vamos por partes. 

O que é o orforglipron?

Ele é um tipo de medicamento conhecido como ativador do receptor GLP-1. O GLP-1 é um hormônio natural que ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue e a reduzir o apetite. 

Acontece que as medicações que imitam esse hormônio, como a semaglutida (conhecida pelos nomes comerciais Ozempic ou Wegovy), geralmente são aplicados por injeção. Já o orforglipron vem em comprimido! 

Isso facilita (e muito) a vida de quem tem dificuldade com injeções e melhora a adesão ao tratamento. 

A pesquisa que chamou a atenção para o orforglipron

Um estudo clínico de fase 3, publicado na respeitada revista científica The New England Journal of Medicine e apresentado no Congresso da Associação Americana de Diabetes, avaliou o uso de orforglipron por 40 semanas em pessoas com diabetes tipo 2 que estavam apenas recorrendo a alterações de dieta e práticas de exercícios — elas não usavam outros fármacos. Os resultados? 

  • Redução da hemoglobina glicada, em média, de até 1,5 ponto porcentual. Isso significa mais controle e menor risco de complicações do diabetes.
  • Diminuição de até 7,9% do peso corporal, dependendo da dose.
  • Os efeitos colaterais mais comuns foram leves, principalmente relacionados ao sistema digestivo. Eles ocorreram em maior escala no início do tratamento.
  • Os benefícios e a segurança foram observados tanto em jejum quanto de estômago cheio. Ponto para a comodidade do tratamento.

Por que isso importa?

Quando consegue unir controle glicêmico com emagrecimento, um medicamento se torna uma ferramenta valiosíssima para melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de infarto, derrame, problemas renais, cegueira e até amputações.

Além disso, a adesão a um tratamento contínuo é repleta de desafios. Opções que facilitam o engajamento, portanto, ajudam a preservar a doença domada.

Quem pode se beneficiar?

O estudo em questão envolveu adultos com estágios iniciais do diabetes tipo 2, que ainda não utilizavam outros medicamentos. Ou seja, o orforglipron pode ser especialmente útil para quem está começando o tratamento e quer evitar injeções, ou até para quem apresenta dificuldade em manter o peso sob controle.

Mas vale destacar que o remédio ainda é experimental — ele não foi aprovado em nenhum país. Outros estudos avaliarão sua eficácia e segurança, principalmente diante do uso concomitante com outros medicamentos e a insulina. Estamos de olho nos próximos capítulos dessa história!

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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