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Novo medicamento contra o colesterol alto chega às farmácias brasileiras

A combinação de ácido bempedoico com ezetimiba em um mesmo comprimido pode ser uma opção para quando as estatinas não dão conta do recado — ou não são toleradas

As estatinas seguem como o pilar do tratamento para o colesterol alto. No entanto, há pacientes que não alcançam as metas desejadas com elas, ou sofrem com efeitos colaterais, como as dores musculares. A boa notícia: já está disponível no Brasil um comprimido que reúne ácido bempedoico e ezetimiba, com potencial para reduzir o LDL e o risco cardiovascular (o que inclui proteção contra AVC e infarto). 

Essa combinação age por vias diferentes das estatinas. O ácido bempedoico inibe uma enzima envolvida na síntese do colesterol no fígado, porém sem atuar no músculo. Isso diminui a probabilidade de efeitos colaterais musculares. Já a ezetimiba bloqueia a absorção de colesterol no intestino.

A nova formulação deve ser administrada uma vez ao dia, independentemente do horário. E, como vem em comprimido único, facilita a adesão ao tratamento.

Juntos, os dois componentes alcançam uma diminuição média de aproximadamente 40% do LDL, o que se compara ao efeito de estatinas de intensidade moderada.

O estudo internacional CLEAR Outcomes, publicado em 2023, avaliou mais de 13 mil pessoas com alto risco cardiovascular e intolerância às estatinas. Os resultados mostraram que o ácido bempedoico reduziu em 13% o risco de eventos severos, como infarto, AVC e morte cardiovascular. E mais: o tratamento foi bem tolerado, com baixo risco de dores musculares.

Esses dados reforçam que, mesmo sem ser uma estatina, o ácido bempedoico traz benefícios clínicos reais, além da redução laboratorial do LDL.

Quem pode se beneficiar da novidade?

O novo medicamento pode ser considerado para:

  • Pacientes que já usam estatinas, mas não alcançaram as metas de LDL.
  • Pessoas com intolerância documentada às estatinas.
  • Indivíduos com risco cardiovascular elevado, que necessitam de estratégias adicionais para prevenção de infarto, AVC e afins.

A chegada da combinação de ácido bempedoico com ezetimiba amplia o arsenal terapêutico contra a epidemia de colesterol alto que assola o Brasil e o mundo, mostrando-se eficaz, segura e de fácil adesão. 

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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