Olhar da Saúde 2025-Thumbs-Ultraprocessados

Estudo brasileiro confirma que ultraprocessados aumentam o risco de doenças

Obesidade, diabetes e até condições psiquiátricas seriam favorecidas pelo consumo excessivo desses alimentos, segundo a pesquisa

 

Os ultraprocessados já foram apontados como vilões da alimentação saudável, mas um novo estudo brasileiro acaba de reforçar esse alerta, com dados impressionantes. Publicado em dezembro de 2024 na revista científica Nutrients, ele acompanhou mais de 15 mil pessoas ao longo de dez anos e revelou que o consumo desses itens está diretamente ligado a doenças do coração, ganho de peso excessivo, diabetes e até transtornos mentais como ansiedade e depressão.

A pesquisa foi conduzida por especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade de São Paulo (USP). O estudo acompanhou brasileiros entre 35 e 74 anos desde 2008, analisando o impacto do consumo de ultraprocessados em diversas condições de saúde. Veja os resultados: 

  • Risco 9% maior de obesidade e 7% maior de acúmulo de gordura abdominal entre os maiores consumidores de ultraprocessados.
  • A ingestão frequente de bebidas açucaradas aumentou em 9% o risco de hipertensão e em 14% o de diabetes tipo 2.
  • O consumo regular de embutidos, como salsichas e presuntos, elevou em 9% a probabilidade de apresentar doenças hepáticas e metabólicas.
  • Pessoas que ingeriam mais ultraprocessados tinham um risco 20% maior de ansiedade e 30% maior de episódios depressivos.

Por que os ultraprocessados fazem tão mal?

Esses alimentos passam por diversas modificações industriais e contêm ingredientes artificiais, como conservantes, corantes, emulsificantes e adoçantes. Eles são altamente palatáveis e projetados para estimular o consumo excessivo, porém estão repletos de açúcares, sal e gorduras ruins. Além disso, aumentam os marcadores inflamatórios, alteram a microbiota intestinal e por aí vai. 

A boa notícia é que pequenas mudanças na alimentação podem fazer uma grande diferença para a saúde. Veja algumas estratégias:

  • Prefira alimentos naturais ou minimamente processados, como frutas, verduras, carnes frescas e grãos integrais.
  • Leia os rótulos! Se um alimento possui muitos ingredientes desconhecidos, provavelmente é ultraprocessado.
  • Evite bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados.
  • Cozinhe mais em casa, utilizando temperos naturais e ingredientes frescos.

Esse estudo reforça o que os diversos especialistas já vêm alertando: os ultraprocessados são prejudiciais à saúde e devem ser evitados sempre que possível. Devemos priorizar uma alimentação baseada em comida de verdade. Seu coração e sua mente agradecem!

 Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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