Olhar da Saúde-Thumbs-Pílula do dia seguinte

Pílula do dia seguinte não deve ser usada como método habitual de contracepção

Ela ajuda a evitar uma gravidez indesejada, mas a recomendação é para casos emergenciais. Entenda quais são eles

No mercado, existem várias opções de contraceptivos seguros para evitar uma gravidez indesejada. Alguns deles, inclusive, estão disponíveis no sistema público de saúde brasileiro. Mas o que fazer quando o método utilizado apresenta alguma falha ou a relação sexual foi desprotegida?

Situações como essas podem ocorrer por diversos motivos, por exemplo, uma relação de abuso sexual, ou quando o preservativo se rompe por ter isso utilizado de forma incorreta. Se a mulher se esqueceu de tomar a pílula anticoncepcional no período recomendado ou removeu o anel vaginal muito cedo ou o inseriu muito tarde e fez sexo sem proteção, ela pode recorrer à pílula do dia seguinte para não engravidar. 

A pílula do dia seguinte é uma contracepção de emergência composta de progesterona, que altera os níveis hormonais e inibe ou atrasa a ovulação, impedindo a fecundação. E, apesar do nome sugestivo, ela pode ser tomada imediatamente após o ato sexual. “A pílula deve ser utilizada, preferencialmente, em até 72 horas após a relação desprotegida, mas há eficácia comprovada em até 5 dias. Quanto mais cedo ela for usada, maior sua eficácia”, explica a ginecologista e obstetra Camila Martins de Carvalho, mestra em saúde da mulher pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da Comissão Nacional de Ginecologia Infantopuberal da Associação de Ginecologia e Obstetrícia de Minas Gerais (Sogimig).

A ginecologista esclarece também que a eficácia da contracepção de emergência depende de alguns fatores, como o método que a mulher utiliza, a época do ciclo em que houve a relação desprotegida, além do tempo entre a relação e o uso da pílula. “Em geral, a taxa de falha da pílula de emergência é de 1,7% a 2,6%, podendo atingir 7,3% em pacientes com relação desprotegida numa fase mais tardia do ciclo”, destaca Camila.

Disponível gratuitamente nos postos de saúde ou vendidas em farmácia, a pílula do dia seguinte não precisa de prescrição médica e pode ser utilizada por qualquer mulher em idade reprodutiva, mas jamais em caso de gravidez estabelecida. Lembre-se: a pílula do dia seguinte funciona para evitar que a fecundação ocorra em caso de relação sexual desprotegida e sem uso de método contraceptivo seguro.

Efeitos colaterais existem

Embora ela seja uma importante aliada da mulher em situações específicas, é recomendado não usar a pílula do dia seguinte com frequência, afinal, trata-se de um medicamento e, como tal, pode apresentar efeitos colaterais. Os mais comuns são náusea, vômitos, dor de cabeça, dor abdominal, dor nas mamas e fadiga. 

Além disso, o uso recorrente desse contraceptivo de emergência pode desregular os ciclos menstruais e a mulher pode ficar cada vez mais exposta a uma gravidez, sem conseguir reconhecer os períodos de fertilidade. Esse, acredito, seja o principal efeito colateral que muitas vezes as mulheres desconhecem ou esquecem de levar em consideração. 

O ideal é procurar o ginecologista para iniciar um método contraceptivo regular e que atenda ao seu momento de vida. Como citei no início deste texto, há uma gama de opções de contraceptivos, entre eles os de longa duração, como o dispositivo intrauterino (DIU). Uma vez inserido no útero, a mulher não precisa mais se preocupar com o uso regular, horários ou doses. Converse com seu ginecologista!

 Por Letícia Martins,

Olhar da Saúde-Leticia Martins
Letícia Martins

Jornalista com foco em saúde, escritora, fundadora da Momento Saúde Editora e da revista Momento Diabetes.

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