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Pintas na pele: quando suspeitar de algo mais sério, como um câncer?

Os tumores – e, em particular, o melanoma – exigem um olhar atento para essas marcas na pele

As pintas, ou nevos, são comuns e, na maioria das vezes, inofensivas. Porém, algumas sinalizam questões mais graves, como o melanoma, tipo agressivo de câncer de pele. Identificar as características de uma pinta normal e saber reconhecer os sinais de alerta é fundamental para garantir um diagnóstico precoce e aumentar as chances de tratamento eficaz.

O que são as pintas?

Pintas são aglomerados de células produtoras de pigmento (melanócitos) que aparecem como manchas ou elevações na pele. Elas podem variar em cor (marrom, preta, avermelhada ou mesmo azulada), forma e tamanho. Algumas já estão presentes no nascimento, enquanto outras se desenvolvem ao longo da vida, principalmente até os 30 anos.

A maioria não apresenta nenhum risco à saúde. No entanto, algumas podem sofrer alterações ao longo do tempo, o que exige atenção.

Quando as pintas viram um sinal de câncer?

O melanoma se origina nos melanócitos e pode surgir em uma pinta já existente ou em uma área nova da pele. Para identificar sinais de alerta, os dermatologistas utilizam a regra do ABCDE:

  • A (assimetria): pintas benignas geralmente têm forma simétrica, enquanto as suspeitas são assimétricas.
  • B (bordas): bordas irregulares ou mal definidas podem ser um sinal de problema.
  • C (cor): pintas com várias tonalidades merecem atenção especial.
  • D (diâmetro): se a mancha é maior do que 5 mm (o tamanho de uma borracha de lápis), deve ser avaliada.
  • E (evolução): mudanças de tamanho, forma, cor ou textura são um alerta.

Se você observar qualquer uma dessas características em suas pintas, procure um dermatologista para uma avaliação detalhada.

Embora qualquer pessoa possa ter câncer de pele, alguns fatores aumentam o risco:

  • Exposição excessiva ao sol
  • Histórico familiar
  • Pele clara
  • Queimaduras solares intensas, principalmente durante a infância
  • Imunidade baixa
  • Número elevado de pintas

Como prevenir o câncer de pele?

Há dicas simples que reduzem o risco de sofrer com essa doença:

  1. Use protetor solar diariamente: escolha produtos com FPS 30 ou superior e aplique-os em todas as áreas expostas, mesmo em dias nublados.
  2. Evite exposição ao sol em horários críticos: entre 10 e 16 horas, a radiação ultravioleta é mais intensa.
  3. Vista roupas protetoras: chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV são boas opções quando estiver ao ar livre.
  4. Consulte um dermatologista regularmente: faça um checkup anual, especialmente se você pertence a um grupo de risco.
  5. Realize autoexames regulares: observe com atenção sua pele uma vez ao mês, procurando alterações nas pintas existentes ou o surgimento de novas.

O autoexame

Ele é fácil e pode ser feito em casa. Utilize um espelho grande e outro de mão para visualizar áreas de difícil acesso, como costas e couro cabeludo. Anote qualquer mudança que perceber e leve essas informações ao dermatologista.

Lembre-se de examinar também as unhas, palmas das mãos, plantas dos pés e áreas íntimas, pois o melanoma pode surgir em locais inesperados.

Mas atenção: o autoexame nunca substitui uma avaliação no dermatologista!

O tratamento

Quando detectado precocemente, o melanoma tem alta chance de cura. O tratamento geralmente envolve a remoção cirúrgica da pinta suspeita. Em alguns casos, pode ser necessário fazer exames adicionais para verificar se a doença se espalhou.

Se o melanoma for diagnosticado em estágios mais avançados, o tratamento pode incluir terapias como imunoterapia, quimioterapia ou radioterapia. Por isso, a detecção precoce é essencial.

Mitos e verdades sobre pintas e câncer de pele

  1. “Todas as pintas podem virar câncer”
  • Mito. A maioria delas é benigna. É que algumas podem sofrer alterações perigosas.
  1. “Só quem toma muito sol tem melanoma”
  • Mito. Embora a exposição ao sol seja um fator de risco, esse câncer também pode surgir em áreas que raramente recebem luz solar.
  1. “Protetor solar evita 100% do câncer de pele”
  • Mito. O protetor solar reduz o risco, mas não substitui outras medidas de proteção, tampouco a avaliação regular do dermatologista.

Pintas na pele são comuns, mas não devem ser ignoradas. Conhecer seu corpo, realizar autoexames e consultar um dermatologista regularmente são passos fundamentais para prevenir o câncer de pele e garantir sua saúde.

Por José Renato Barra Couri,

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José Renato Barra Couri

Médico Associado à Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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