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Preta Gil e a importância de quem tem diabetes em realizar exames para rastrear o câncer de intestino

Exames para detectar o câncer colorretal, como a colonoscopia, são especialmente importantes para pessoas com diabetes

A cantora Preta Gil nos deixou recentemente, vítima de um câncer colorretal. Antes disso, ela havia deixado um recado valioso: realizar exames para o rastreamento do câncer de intestino, como a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. E eu queria me concentrar na importância desse ponto para pessoas com diabetes.

Isso porque essa doença aumenta o risco de diversas doenças, entre elas o câncer colorretal, um dos tipos mais comuns e silenciosos de tumor maligno. Estudos indicam que fatores como a inflamação crônica, alterações metabólicas e resistência à insulina — típicas do diabetes — estão por trás do risco elevado.

O diagnóstico precoce, por meio de exames complementares, é fundamental para prevenir complicações graves. A abertura de Preta Gil em falar sobre a necessidade desses exames serviu para derrubar o tabu em relação a procedimentos como a colonoscopia. 

O câncer colorretal costuma começar como pólipos (pequenas lesões benignas) que, com o tempo, podem se transformar em tumores malignos. Na fase inicial, ele geralmente não apresenta sintomas, o que torna o rastreamento ainda mais essencial.

Os sintomas só costumam aparecer quando a doença está mais avançada, incluindo:

  • Sangue nas fezes
  • Dor abdominal persistente
  • Alterações no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre)
  • Perda de peso inexplicada

Via de regra, a colonoscopia é o exame ideal para o rastreamento do câncer de intestino. Durante o procedimento, o médico insere um tubo com uma câmera pelo reto para visualizar todo o cólon, permitindo identificar e remover pólipos antes que se tornem cancerígenos.

Para a população geral, a recomendação de fazer colonoscopias começa a partir dos 50 anos. Mas, para quem tem diabetes, pode ser necessária uma avaliação mais precoce e cuidadosa, conforme orientação médica.

Outro exame complementar importante é a pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF). O método detecta pequenas quantidades de sangue invisíveis a olho nu, sinalizando possíveis lesões no intestino. Esse exame é simples, não invasivo e pode ser feito periodicamente como parte do rastreamento preventivo. Caso o resultado seja positivo, ele indica a necessidade de uma colonoscopia para investigação detalhada.

Além dos exames, manter um estilo de vida saudável – com alimentação balanceada, prática regular de exercícios, controle rigoroso da glicemia e cessação do tabagismo – contribui para reduzir o risco.

É fundamental que as pessoas conversem com seus médicos sobre a necessidade desses exames. O medo e o desconhecimento ainda são barreiras para a realização da colonoscopia e outros testes, mas vencer esses obstáculos pode ser decisivo.

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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