A humanização na Medicina do Futuro

O uso cada vez maior da tecnologia não pode culminar em uma perda da conexão entre médicos e pacientes

O desenvolvimento da Medicina sempre trouxe grandes impactos para a sociedade. Atualmente, essa evolução avança em um ritmo jamais visto – e inclui termos como inteligência artificial, aprendizado de máquina e internet das coisas.

Tais tecnologias se espraiam para todas as áreas, mas a Medicina é, sem dúvida, uma das com grande potencial de benefício. Um ecossistema de saúde mais moderno pode incrementar o diagnóstico precoce e os tratamentos, evitando complicações e aumentando a sobrevida. 

A inteligência artificial está revolucionando a Medicina ao transformar dados em insights valiosos, o que melhora os diagnósticos e personaliza os tratamentos. Com a crescente adoção de tecnologia, profissionais de saúde podem oferecer cuidados mais eficazes e centrados no paciente.

Por outro lado, o atendimento humanizado não pode ser deixado de lado. Devemos visar a constante melhoria da comunicação entre médico e paciente. Isso significa estabelecer uma relação próxima, que preze por respeito, atenção e ética – especialmente em uma ambiente rodeado por tecnologia.

Pesquisas indicam que, no Brasil, o atendimento humanizado é o principal critério seguido pelos pacientes na escolha de um profissional de saúde. Segundo levantamento da empresa Doctoralia, plataforma mundial de agendamento e consultas online, 63% dos brasileiros buscam um médico que os veja como pessoas, não apenas como mais um atendimento. Além disso, a falta de uma abordagem humana e cuidadosa é a principal queixa de 37% das pessoas. O estudo analisou mais de 3,5 milhões de opiniões de usuários da plataforma em diversos países, incluindo o Brasil.

É de suma importância que o profissional de saúde faça bom uso dessas tecnologias, mas sempre oferecendo conforto emocional aos pacientes e familiares. Tais avanços deverão ser ferramentas de auxílio – jamais substituir a importante relação entre o médico e o paciente.

Por Fábio Araújo de Sá, 2 de dezembro de 2024