Olhar da Saúde 2025-Thumbs-A importância dos exercícios físicos

A importância dos exercícios físicos para pacientes com doenças reumáticas

Artrite reumatoide, osteoporose e fibromialgia não pedem repouso absoluto, ao contrário do que se imagina. Entenda o papel da atividade física no tratamento dessas enfermidades

Quando falamos em exercícios físicos, logo pensamos em emagrecimento, ganho de músculo e melhora do condicionamento. Mas sabia que a prática regular de atividades físicas também é essencial para pacientes com doenças reumáticas? A dor e a rigidez articular, comuns nessas condições, podem ser significativamente reduzidas com movimentos adequados e planejados.

Hoje, pessoas com artrose, fibromialgia, osteoporose, artrite reumatoide e outras condições do tipo devem encarar o movimento como um aliado no tratamento. Até porque os benefícios da atividade física são vastos. 

No aspecto físico, ela melhora a força, aumenta a flexibilidade e promove a funcionalidade das articulações. Também contribui para a redução da dor e fadiga, frequentes em doenças reumáticas.

Já na esfera mental, os exercícios atuam contra a ansiedade e a depressão, alavancam a qualidade do sono, reduzem o estresse e aumentam a autoestima e a confiança. Estudos mostram que pessoas ativas fisicamente lidam melhor com os desafios do dia a dia, e isso se reflete diretamente na qualidade de vida.

No mais, o sedentarismo favorece doenças crônicas como hipertensão e diabetes. E pacientes com doenças reumáticas também estão sujeitos a esses problemas.

Quais exercícios são indicados?

De acordo com as recomendações do EULAR (sigla em inglês para a Liga Europeia contra o Reumatismo), um treinamento físico para pacientes com doenças reumáticas deve incluir quatro pilares fundamentais:

  1. Aptidão cardiorrespiratória: atividades como caminhada, bicicleta, corrida, natação e elíptico ajudam a fortalecer o coração e a melhorar a circulação.
  2. Força muscular: a musculação e o pilates são ótimos para reforçar os músculos que protegem as articulações.
  3. Flexibilidade: alongamentos regulares mantêm a mobilidade e reduzem a rigidez articular.
  4. Desempenho neuromotor: exercícios focados no equilíbrio, coordenação motora e propriocepção previnem quedas e aprimoram a segurança nos movimentos diários.

Como iniciar de forma segura?

Antes de começar qualquer programa de exercícios, é essencial passar por uma avaliação médica e contar com o acompanhamento de um profissional de educação física ou fisioterapia. O segredo está na individualização: cada pessoa tem suas limitações e necessidades específicas.

Outra dica é escolher atividades prazerosas e acessíveis. Se você não gosta de academia, pode apostar na caminhada ao ar livre, na hidroginástica ou na ioga. O importante é criar uma rotina e manter a consistência.

Movimento é vida!

Muitas vezes, pacientes com doenças reumáticas evitam se exercitar por medo da dor. No entanto, estudos mostram que o movimento controlado e orientado é um dos melhores caminhos para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. 

Se você ou alguém que você conhece convive com uma doença reumática, lembre-se: exercitar-se é investir no próprio bem-estar. 

Por Daniela Moraes,

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Daniela Moraes

Médica reumatologista pelo HC-FMRP-USP. Graduação, mestrado e doutorado pela FMRP-USP.

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