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Amígdalas: elas estão lá à toa, mesmo?

Elas costumam ser notadas quando começam a incomodar. Saiba, aqui, se a função delas é só levar o paciente a buscar um médico capaz de aliviar a sua dor

 

Há quem não as tem desde criança, há quem deixa de tê-las quando adulto e há até quem siga com elas até a velhice. Uma coisa é fato: em algum momento da vida elas vão causar dor, para dizer o mínimo. O que leva muita gente a perguntar: as amígdalas, então, não servem mesmo para nada, a não ser para um dia serem extraídas, se essa for a indicação do otorrino, combinada com a disposição do paciente? 

Em Medicina, dificilmente uma resposta fica no sim ou não, e com esses órgãos tão famosos não funciona diferente. Também chamadas de tonsilas palatinas e localizadas na parte oral da faringe – no trajeto do sistema respiratório e digestório –, as amígdalas são constituídas por aglomerados de tecido linfático. Isso nos leva à informação de que, sim, as protagonistas deste artigo têm uma função e tanto: elas produzem linfócitos, ou células de defesa do organismo.

As amígdalas trabalham na proteção do organismo contra antígenos que entram no corpo não só pelo ar, mas também pela alimentação. Por antígenos entendam-se vírus, bactérias e outros agentes causadores de doenças, responsáveis por infecções oportunistas que, não raras vezes, causam ataques mais intensos. É quando pode surgir a não menos famosa amigdalite (ou amidalite, como queira chamar), uma inflamação na região que se caracteriza por vermelhidão, surgimento de pus, mau hálito e, claro, uma dor bastante desagradável. Esse quadro, quando causado por bactérias, costuma vir acompanhado de febre, com temperaturas elevadíssimas, associadas a tremores e calafrios. 

Não seria exagero dizer, nesse caso, que uma das funções da amígdala é, de fato, doer, já que a dor sinaliza alguma invasão em nosso organismo que precisa ser combatida. No caso da infecção bacteriana, a base do tratamento é com antibióticos para eliminação dos agentes – considerando, claro, seguir com a terapia até o fim, diferentemente do que muita gente faz: descontinuar o uso dos medicamentos prescritos assim que nota o alívio dos sintomas mais incômodos. Bactérias nocivas não são destruídas tão facilmente! 

Já os agentes anti-inflamatórios e corticoides podem ser indicados em casos selecionados, mas não para todas as pessoas. O uso de pastilhas é muito comum em nosso país (na maioria das vezes, até sem indicação médica). Mas essas pastilhas, apenas paliativas, não tratam a causa, e sim reduzem transitoriamente a dor e o desconforto. 

E a história da remoção das amígdalas? Realmente, ela deve ser levada a sério. Mas isso não significa que a cirurgia, oficialmente chamada de amigdalectomia, está indicada para todo mundo. Quem sofre de amigdalites recorrentes ou tem esses dois órgãos em tamanho maior do que o normal, por exemplo, são candidatos potenciais à extração. Até porque amígdala aumentada por indicar outro problema: dificuldade de respiração devido à passagem obstruída do ar, sobretudo durante o sono, o que pode ocasionar o ronco e a tão falada síndrome da apneia obstrutiva do sono – quando o indivíduo deixa de respirar por alguns instantes enquanto dorme. O Olhar da Saúde publicou recentemente um podcast a esse respeito, que você pode acessar aqui.

Se você apresenta alguma(s) das situações descritas no parágrafo anterior, ou conhece quem a(s) tem, o otorrinolaringologista de sua confiança lhe dará as orientações devidas. Suas amígdalas – ou as do seu filho, do seu marido, da sua esposa etc. – não estão aí, próximas da garganta, simplesmente para incomodar. Mas quem define a permanência delas no lugar (ou a retirada) é o seu médico!

Por redação,

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