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Diabetes e tosse persistente? Fique atento à tuberculose

Até 15% dos casos dessa infecção, a que mais mata no mundo, estão associados ao diabetes. Entenda o elo

A tuberculose e o diabetes são duas condições que, quando combinadas, formam um desafio significativo para a saúde pública. Enquanto a primeira é uma das infecções mais antigas e persistentes, o segundo continua a crescer em prevalência globalmente. Essa união, especialmente comum nos países em desenvolvimento, aumenta o risco de complicações graves, que muitas vezes passam despercebidas.

Pessoas com diabetes têm até três vezes mais chance de desenvolver tuberculose ativa em comparação com indivíduos sem a doença. Isso porque o diabetes compromete o sistema imunológico, o que facilita a ação da Mycobacterium tuberculosis, a bactéria por trás da infecção. Além disso, a própria elevação da glicose aumenta o risco de disseminação desse micro-organismo.

Só para ter ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 15% dos casos de tuberculose sejam atribuídos ao diabetes, número que pode crescer com o aumento global dessa condição. Em 2023, o Brasil teve 80 mil casos de tuberculose, segundo o Ministério da Saúde. Em 2022, foram 5 800 mortes, recorde nada positivo. 

Além dos óbvios malefícios diretos à saúde, o crescimento de casos de tuberculose em pessoas com diabetes traz implicações graves para a saúde pública, como resistência aos antibióticos, maior risco de abandono do tratamento e afastamento prolongado do trabalho, gerando uma diminuição de renda das famílias.

De acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), a tuberculose é a infecção com maior número de mortes no mundo. Pois é, e mal falamos dela.

Quando, então, suspeitar de tuberculose? Veja alguns sintomas:

  • Tosse persistente, com duração superior a três semanas 
  • Febre noturna 
  • Perda de peso inexplicada 
  • Cansaço extremo
  • Dor no peito ou dificuldade para respirar

O diagnóstico rápido é essencial para evitar complicações e o contágio a quem está ao redor da pessoa. No entanto, os sintomas podem ser erroneamente atribuídos a problemas relacionados ao diabetes, atrasando o tratamento. 

Os exames para confirmar o diagnóstico são simples e acessíveis à maior parte dos brasileiros. A radiografia do tórax e o exame de escarro estão entre os principais.  

Mas a principal medida para frear a tuberculose continua sendo a prevenção. O adequado controle do diabetes e o uso de vacina BCG auxiliam – e muito – nessa missão. 

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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