O que é a castração química, aprovada pela Câmara dos Deputados?
O procedimento é previsto em um projeto de lei contra crimes sexuais graves. Saiba no que ele consiste e quais seus efeitos reais
A aprovação pela Câmara dos Deputados de um projeto de lei que prevê a castração química para quem comete crimes sexuais graves, como estupro de vulneráveis, vem gerando debates intensos. A proposta legislativa estipula essa punição como uma medida complementar à prisão.
A castração química é uma intervenção que, entre outros efeitos, reduz a libido e o desejo sexual. Em resumo, a pessoa recebe medicamentos que interferem principalmente nos efeitos da testosterona, hormônio produzido principalmente nos testículos e, em menores quantidades, nos ovários.
A testosterona é responsável por várias funções no corpo, como o desenvolvimento das características sexuais masculinas (voz mais grave, crescimento de pelos…), aumento da libido, estímulo à produção de espermatozoides, manutenção da massa muscular e densidade óssea e até agressividade.
Ao contrário da castração cirúrgica, que remove os testículos ou os ovários, a versão química em geral não é permanente. Seus efeitos podem ser revertidos ao interromper o uso dos medicamentos.
Os remédios para a castração química atuam em diferentes etapas da produção ou da ação da testosterona e podem ser usados de forma oral ou injetável. Embora seja eficaz na redução do desejo sexual, a castração química pode causar efeitos colaterais, como:
- Redução da densidade óssea (osteoporose).
- Perda de massa muscular.
- Aumento de gordura corporal.
- Fadiga e sensação de fraqueza.
- Crescimento de tecido mamário (ginecomastia).
- Depressão e ansiedade.
- Diminuição da autoestima.
- Alterações no humor.
- Disfunção erétil.
A aprovação da castração química marca um momento importante de discussão sobre como o país enfrenta crimes sexuais. Apesar de ser uma medida com fundamentos médicos claros, sua aplicação envolve desafios éticos, legais e sociais. Mais estudos são necessários para avaliar sua eficácia em longo prazo – e, se for o caso, para garantir que a política seja aplicada da forma mais justa e respeitosa possível.
Como sociedade, é essencial investirmos em educação para reduzir a ocorrência desses crimes. Acho que esse é o desejo de todos.
17 de dezembro de 2024
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