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Picada de escorpião: mitos e verdades

Saiba o que fazer na iminência de um acidente como esse ou quando a picada já aconteceu, evitando providências que podem piorar o quadro

Recentemente, a apresentadora Ana Maria Braga revelou que foi vítima de uma picada de escorpião. O caso gerou grande repercussão e acendeu um alerta sobre os perigos desse tipo de acidente, que tem se tornado cada vez mais comum em áreas urbanas. Mas o que fazer em uma situação como essa? Quais são as consequências da picada e quais são os principais mitos que circulam sobre o tema?

O que fazer após uma picada de escorpião?

Se uma pessoa for picada por um escorpião, a primeira e mais importante recomendação é manter a calma. O desespero pode elevar a frequência cardíaca e fazer com que o veneno se espalhe mais rapidamente pelo organismo. Passos essenciais:

  1. Lave o local da picada com água e sabão para evitar infecções secundárias.
  2. Aplique compressas frias (gelo envolto em um pano) para aliviar a dor e reduzir a absorção do veneno. Evite o uso de compressas quentes, pois o calor pode acelerar a circulação sanguínea e espalhar o veneno mais rapidamente.
  3. Não faça torniquete, não corte nem sugue o local da picada, pois essas medidas podem piorar a situação.
  4. Mantenha o membro picado elevado, se possível, para reduzir o inchaço.
  5. Busque ajuda médica imediatamente, especialmente se a vítima for uma criança, idoso ou pessoa com problemas de saúde, pois esses grupos são mais vulneráveis às complicações do veneno.
  6. Se possível, leve o escorpião (vivo ou morto) ao hospital para identificação da espécie e orientação do tratamento.

Possíveis consequências da picada

O veneno do escorpião pode ter efeitos variados, dependendo da espécie, da quantidade injetada e da sensibilidade da vítima. No Brasil, o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é o mais perigoso e responsável pela maioria dos casos graves. Os sintomas podem incluir:

  • Dor intensa e imediata, que pode irradiar para outras partes do corpo.
  • Vermelhidão e inchaço na região da picada.
  • Náuseas, vômitos e suor excessivo.
  • Tremores e agitação.
  • Queda ou aumento da pressão arterial.
  • Dificuldade para respirar (em casos graves).
  • Arritmias cardíacas.

Em crianças pequenas, o veneno pode causar reações mais severas, como insuficiência respiratória e cardíaca, exigindo internação hospitalar e, em alguns casos, a aplicação de soro antiescorpiônico.

Mitos sobre picada de escorpião

Muitas crenças populares sobre picadas de escorpião não são verdadeiras e podem até agravar a situação. Veja alguns dos principais mitos:

  1. “O escorpião só aparece em áreas rurais.”

Falso! Os escorpiões se adaptaram muito bem às cidades, onde encontram abrigo em entulhos, esgotos, caixas de energia e até dentro de casa.

  1. “Se não houver dor intensa, não é perigoso.”

Errado! Algumas pessoas podem ter reações mais discretas, mas o veneno pode causar sintomas graves mesmo sem uma dor insuportável.

  1. “Chupar o veneno da picada ajuda a removê-lo.”

Isso é um grande erro! Sugando o veneno, a pessoa pode contaminar a boca e o trato digestivo. O correto é buscar atendimento médico imediatamente.

  1. “Beber álcool ou urinar no local da picada ajuda.”

Não há qualquer comprovação científica de que essas práticas sejam eficazes. Pelo contrário, podem aumentar a irritação da pele e piorar os sintomas.

  1. “Escorpião só ataca se for provocado.”

Na verdade, os escorpiões picam como mecanismo de defesa, e muitas vezes isso ocorre quando alguém encosta neles sem perceber, como ao calçar um sapato onde o animal estava escondido.

Como prevenir acidentes com escorpiões?

A melhor forma de evitar picadas de escorpião é adotar medidas preventivas, como:

  • Manter a casa limpa e sem acúmulo de entulho.
  • Vedar frestas e ralos para impedir a entrada dos animais.
  • Ensacar o lixo corretamente e evitar restos de comida, que podem atrair baratas, principal alimento dos escorpiões.
  • Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, especialmente se estiverem guardados há muito tempo.
  • Usar luvas ao mexer com materiais de construção, lenha ou entulhos.

Por redação,

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