Picada de escorpião: mitos e verdades
Saiba o que fazer na iminência de um acidente como esse ou quando a picada já aconteceu, evitando providências que podem piorar o quadro
Recentemente, a apresentadora Ana Maria Braga revelou que foi vítima de uma picada de escorpião. O caso gerou grande repercussão e acendeu um alerta sobre os perigos desse tipo de acidente, que tem se tornado cada vez mais comum em áreas urbanas. Mas o que fazer em uma situação como essa? Quais são as consequências da picada e quais são os principais mitos que circulam sobre o tema?
O que fazer após uma picada de escorpião?
Se uma pessoa for picada por um escorpião, a primeira e mais importante recomendação é manter a calma. O desespero pode elevar a frequência cardíaca e fazer com que o veneno se espalhe mais rapidamente pelo organismo. Passos essenciais:
- Lave o local da picada com água e sabão para evitar infecções secundárias.
- Aplique compressas frias (gelo envolto em um pano) para aliviar a dor e reduzir a absorção do veneno. Evite o uso de compressas quentes, pois o calor pode acelerar a circulação sanguínea e espalhar o veneno mais rapidamente.
- Não faça torniquete, não corte nem sugue o local da picada, pois essas medidas podem piorar a situação.
- Mantenha o membro picado elevado, se possível, para reduzir o inchaço.
- Busque ajuda médica imediatamente, especialmente se a vítima for uma criança, idoso ou pessoa com problemas de saúde, pois esses grupos são mais vulneráveis às complicações do veneno.
- Se possível, leve o escorpião (vivo ou morto) ao hospital para identificação da espécie e orientação do tratamento.
Possíveis consequências da picada
O veneno do escorpião pode ter efeitos variados, dependendo da espécie, da quantidade injetada e da sensibilidade da vítima. No Brasil, o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é o mais perigoso e responsável pela maioria dos casos graves. Os sintomas podem incluir:
- Dor intensa e imediata, que pode irradiar para outras partes do corpo.
- Vermelhidão e inchaço na região da picada.
- Náuseas, vômitos e suor excessivo.
- Tremores e agitação.
- Queda ou aumento da pressão arterial.
- Dificuldade para respirar (em casos graves).
- Arritmias cardíacas.
Em crianças pequenas, o veneno pode causar reações mais severas, como insuficiência respiratória e cardíaca, exigindo internação hospitalar e, em alguns casos, a aplicação de soro antiescorpiônico.
Mitos sobre picada de escorpião
Muitas crenças populares sobre picadas de escorpião não são verdadeiras e podem até agravar a situação. Veja alguns dos principais mitos:
- “O escorpião só aparece em áreas rurais.”
Falso! Os escorpiões se adaptaram muito bem às cidades, onde encontram abrigo em entulhos, esgotos, caixas de energia e até dentro de casa.
- “Se não houver dor intensa, não é perigoso.”
Errado! Algumas pessoas podem ter reações mais discretas, mas o veneno pode causar sintomas graves mesmo sem uma dor insuportável.
- “Chupar o veneno da picada ajuda a removê-lo.”
Isso é um grande erro! Sugando o veneno, a pessoa pode contaminar a boca e o trato digestivo. O correto é buscar atendimento médico imediatamente.
- “Beber álcool ou urinar no local da picada ajuda.”
Não há qualquer comprovação científica de que essas práticas sejam eficazes. Pelo contrário, podem aumentar a irritação da pele e piorar os sintomas.
- “Escorpião só ataca se for provocado.”
Na verdade, os escorpiões picam como mecanismo de defesa, e muitas vezes isso ocorre quando alguém encosta neles sem perceber, como ao calçar um sapato onde o animal estava escondido.
Como prevenir acidentes com escorpiões?
A melhor forma de evitar picadas de escorpião é adotar medidas preventivas, como:
- Manter a casa limpa e sem acúmulo de entulho.
- Vedar frestas e ralos para impedir a entrada dos animais.
- Ensacar o lixo corretamente e evitar restos de comida, que podem atrair baratas, principal alimento dos escorpiões.
- Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, especialmente se estiverem guardados há muito tempo.
- Usar luvas ao mexer com materiais de construção, lenha ou entulhos.
4 de fevereiro de 2025
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