Tenho pólipos de vesícula biliar. E agora?

Essas alterações no órgão que armazena a bile precisam ser monitoradas – e, eventualmente, removidas – para preservar a saúde do paciente

A vesícula biliar é um órgão que faz parte do aparelho digestivo do organismo. Ela fica localizada na parte alta do abdômen, do lado direito, e tem como principal função o armazenamento da bile – que é produzida pelo fígado e ajuda a digerir os alimentos.

Acontece que, em alguns casos, surgem alterações na estrutura desse órgão, o que desencadeia problemas para a saúde. E uma das condições que merecem especial atenção são os pólipos da vesícula biliar.

Os pólipos são pequenas elevações da mucosa que formam uma protrusão no interior da vesícula. Eles geralmente são encontrados durante os exames de ultrassonografia de rotina. A incidência é estimada em 5% da população geral.

Os pólipos podem ser benignos, como adenomas, ou evoluírem para um câncer (a forma maligna), como no adenocarcinoma. Estes são de difícil tratamento e sua detecção precoce pode ser crucial para a cura.

Existem ainda os pseudopólipos, que são formações semelhantes aos pólipos de verdade, mas que não apresentam riscos para a saúde. Entre eles, temos adenomiose, pólipo de colesterol, pólipo hiperplásico e pólipo inflamatório.

O consenso atual recomenda a cirurgia de colecistectomia (a retirada da vesícula biliar) sempre que os pólipos são maiores que um centímetro – ou se crescem mais de dois milímetros por ano.

Entretanto, existem estudos com evidências de que pólipos acima de seis milímetros já possuem elevação do potencial de malignidade. Dessa maneira, o acompanhamento dos pólipos e mesmo dos pseudopólipos deve ser feito regularmente por um especialista. E a indicação da cirurgia será mais bem-avaliada após uma boa consulta médica com seu cirurgião.

Por Marcelo de Oliveira Rodrigues da Cunha, 28 de maio de 2024