Celulares proibidos nas escolas: como a nova lei afeta quem tem diabetes
Esses dispositivos eletrônicos são usados hoje também para monitorar a glicemia
Em 13 de janeiro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou um projeto de lei que proíbe o uso de celulares em salas de aula nas escolas brasileiras para alunos dos ensinos infantil, fundamental e médio. A medida busca melhorar a concentração dos alunos, combater distrações e incentivar o engajamento no processo de aprendizagem. Mas e quando o celular é uma ferramenta indispensável para a saúde, como no caso de crianças com diabetes?
O que a lei diz
A nova legislação estabelece que celulares, tablets e outros dispositivos eletrônicos nas salas de aula serão restritos para fins pedagógicos autorizados pelos professores. O objetivo, segundo os políticos, é criar um ambiente mais focado na educação.
No entanto, como em toda regra, há exceções. Uma delas é para crianças e adolescentes que dependem do celular para monitorar condições médicas, como o diabetes.
Para alunos com diabetes tipo 1, o celular é mais do que um objeto de entretenimento – é uma extensão da vida. Muitos usam dispositivos modernos de monitoramento contínuo de glicose (CGM, na sigla em inglês) que se conectam ao celular para fornecer leituras em tempo real dos níveis de açúcar no sangue.
Esses dispositivos ajudam as crianças e seus cuidadores a prevenir crises de hipoglicemia ou hiperglicemia, que podem ser perigosas e até fatais. Além disso, o celular permite que pais e professores recebam alertas automáticos caso os níveis de glicose fiquem fora do normal, o que garante uma intervenção rápida.
A lei sancionada deixa claro que as escolas precisam estar preparadas para lidar com situações de saúde específicas. Isso inclui deixar que alunos com condições como diabetes mantenham seus celulares consigo e os utilizem sempre que necessário.
É essencial que professores, coordenadores e funcionários sejam capacitados para reconhecer a importância desses dispositivos e agir de forma acolhedora e colaborativa.
Os desafios da implementação
Embora a lei tenha boas intenções, sua execução certamente trará desafios. Como garantir que os alunos que precisam do celular por questões de saúde não sejam constrangidos? Como evitar que outros alunos usem essa exceção como pretexto para descumprir as regras?
Especialistas sugerem que as escolas estabeleçam protocolos claros, incluindo:
- Identificação dos alunos com condições médicas que demandem o uso do celular.
- Comunicação com os pais para explicar as diretrizes.
- Treinamento da equipe escolar para entender as necessidades específicas desses alunos.
O lado positivo da medida
Proibir o uso indiscriminado e abusivo de celulares pode beneficiar tanto o aprendizado quanto a socialização. Sem a constante distração das telas, os alunos tendem a se concentrar mais nas aulas, interagir com os colegas e desenvolver habilidades interpessoais.
Além disso, a medida ajuda a combater problemas como o cyberbullying, que muitas vezes se intensifica no ambiente escolar por causa do uso excessivo de dispositivos eletrônicos.
A nova lei é um passo importante para melhorar a qualidade da educação no Brasil, mas também um lembrete de que a inclusão é essencial. Crianças com diabetes e outras condições médicas têm o direito de acessar as ferramentas que garantem sua saúde e bem-estar, sem enfrentar preconceitos ou barreiras.
A chave para o sucesso dessa medida está no equilíbrio: restringir o uso de celulares para proteger o aprendizado, mas garantir que ninguém seja privado de cuidados indispensáveis.
16 de janeiro de 2025
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