Olhar da Saúde 2025-Thumbs-Micose de piscina

Micose de piscina: o que saber sobre a ptiríase versicolor

Essa infecção de pele se aproveita do calor e da umidade para dar as caras. Conheça os tratamentos e as formas de prevenção

Verão, calor, piscina (ou praia) são uma combinação perfeita, não é mesmo? Mas esses primeiros meses do ano exigem também atenção redobrada com a saúde da pele – não só por causa do sol forte. Entre as preocupações do momento, há a chamada “micose de piscina”, conhecida tecnicamente como ptiríase versicolor. Apesar do nome complicado, ela é geralmente fácil de tratar, mas pode gerar desconforto, inclusive estético.

A ptiríase versicolor é uma infecção superficial causada pelo fungo Malassezia, que faz parte da microbiota natural do corpo. Em condições normais, esse organismo vive de forma inofensiva na pele. No entanto, fatores como calor, umidade, suor excessivo e predisposição genética favorecem o crescimento descontrolado do Malassezia.

Uma vez que ganha terreno, esse fungo dispara manchas esbranquiçadas, amareladas ou acastanhadas, dependendo do tom de pele. As marcas geralmente aparecem em tronco, pescoço e braços – regiões onde o suor é mais frequente – e podem ser acompanhadas de uma leve descamação e de coceira moderada.

O apelido de “micose de piscina” pegou porque a ptiríase versicolor adora o calor e a umidade, comuns nesses ambientes. Mas atenção: ela não é contraída exclusivamente em piscinas! 

Vale ressaltar que a ptiríase versicolor não é altamente infecciosa. Apesar de piscinas e toalhas compartilhadas terem alguma influência no contágio, são a predisposição individual e o ambiente quente os principais fatores de risco – tanto que ela é mais incidente em regiões tropicais.

Essa micose afeta pessoas de todas as idades, mas é mais comum em adolescentes e adultos jovens devido à maior atividade das glândulas sebáceas nessa fase da vida. Outros fatores incluem:

  • Excesso de suor: atividades físicas intensas ou roupas muito justas aumentam o risco.
  • Predisposição genética: algumas pessoas têm maior tendência ao crescimento do fungo.
  • Imunidade comprometida: condições de saúde que afetam o sistema imunológico facilitam o desenvolvimento dessa micose.

Embora não seja possível eliminar completamente o Malassezia da pele, algumas medidas ajudam a prevenir seu crescimento excessivo. Listei cinco:

  1. Higiene adequada: mantenha a pele limpa e seca, especialmente em regiões com dobras.
  2. Não vista roupas muito justas: prefira tecidos leves e respiráveis.
  3. Cuidado com o suor: tome banho logo após atividades físicas intensas.
  4. Use produtos antifúngicos preventivos: em pessoas com histórico de micose, sabonetes ou shampoos antifúngicos podem ser úteis. Converse com um profissional.
  5. Evite o calor excessivo: sempre que possível, busque locais frescos e ventilados.

O diagnóstico é, na maioria dos casos, realizado com base nas características das manchas. A questão é que outras doenças de pele trazem sintomas semelhantes – então, é fundamental buscar um dermatologista, até para iniciar um tratamento adequado precocemente. 

A boa notícia é que os cuidados contra a ptiríase versicolor são relativamente simples e eficazes. Normalmente, são prescritos medicamentos antifúngicos tópicos, como cremes ou loções. Em casos de manchas mais extensas, o médico pode recomendar antifúngicos orais.

Além disso, o tratamento inclui medidas gerais para evitar recidivas, como a higienização adequada da pele e o uso de produtos específicos, dependendo da orientação médica. É importante destacar que, mesmo com o tratamento, as manchas demoram algumas semanas ou até meses para desaparecer completamente, pois a pigmentação da pele precisa de tempo para se regularizar.

Conclusão: se notar alguma mancha estranha no corpo, não espere as férias acabarem para buscar um médico.

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

Olhar da Saúde-Molduras-Carlos Eduardo Barra Couri

Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

Rolar para cima