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Chega de vai e volta: o que é e como enfrentar o efeito sanfona

Manter o peso perdido muitas vezes é mais desafiador do que emagrecer, até por mecanismos fisiológicos do corpo. Mas há como facilitar esse processo

Fazer uma dieta e, tempos depois, recuperar o peso perdido (ou até mais) é um fenômeno tão comum que tem até apelido: efeito sanfona. Embora seja comum, ele é um vilão da saúde.

Para ser preciso, o efeito sanfona é o processo repetitivo de perda e reganho de peso, normalmente como consequência de dietas muito restritivas ou mal planejadas. A pessoa emagrece rapidamente, porém volta ao patamar anterior com a mesma velocidade, iniciando um círculo vicioso que desgasta o corpo e a mente.

Por que o efeito sanfona acontece?

Dietas radicais geralmente não são sustentáveis em longo prazo. Elas cortam grupos alimentares importantes e não ensinam a comer melhor ou a construir hábitos saudáveis. Quando o regime acaba, a pessoa volta aos antigos padrões alimentares e, com isso, o ponteiro da balança sobe novamente.

Além disso, o corpo é inteligente: quando percebe uma redução drástica de calorias, entra em “modo de sobrevivência”. Ele diminui o metabolismo para economizar energia. Isso dificulta o emagrecimento e favorece o acúmulo de gordura. 

Outro fator importante é o uso irregular ou abandono precoce de medicamentos para a obesidade. Esses remédios, quando bem indicados e acompanhados por um profissional, são bons aliados contra o efeito sanfona. A utilização errática, por outro lado, pode levar ao reganho do peso corporal.

Os prejuízos do efeito sanfona

O impacto não é só estético. Confira:

  1. Desregulação do metabolismo: o corpo fica confuso com as oscilações e tende a estocar mais gordura como proteção.
  2. Aumento do risco de doenças: mudanças frequentes na balança estão ligadas a uma maior probabilidade de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e hipertensão.
  3. Abalo emocional: o vaivém no peso gera frustração, baixa autoestima e até transtornos alimentares.
  4. Perda de massa muscular: quando alguém emagrece, o corpo tende a perder um pouco de músculo. No entanto, ao reganhar o peso, normalmente se recupera mais gordura do que massa magra. O efeito sanfona, portanto, tende a aumentar progressivamente a gordura corporal e a reduzir a musculatura, o que é prejudicial para a saúde e a qualidade de vida.

Como evitar o efeito sanfona?

A chave é a constância, não a rapidez. Veja algumas dicas:

  • Invista em reeducação alimentar: aprenda a comer de forma equilibrada e prazerosa. Profissionais podem ajudar muito aqui. 
  • Evite dietas milagrosas: elas são tentadoras, porém os resultados não duram.
  • Inclua atividade física: mexer o corpo acelera o metabolismo e auxilia na manutenção do peso.
  • Use corretamente os medicamentos prescritos: se o seu médico indicou remédios para a obesidade, siga corretamente as orientações e não interrompa o tratamento sem acompanhamento.
  • Procure apoio profissional: nutricionistas, endocrinologistas e psicólogos são aliados importantes para uma abordagem completa e eficaz.

A redução de peso saudável é aquela que respeita o seu corpo, sua rotina e seu bem-estar. Fugir do efeito sanfona é possível quando você deixa de buscar soluções rápidas e começa a investir em mudanças reais e sustentáveis.

Por Carlos Eduardo Barra Couri,

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Carlos Eduardo Barra Couri

Médico endocrinologista e curador do Portal Olhar da Saúde.

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