Olhar da Saúde 2025-Thumbs-Cinco dicas para as empresas

Cinco dicas para as empresas reduzirem custos e aumentarem a produtividade investindo em ergonomia

Medidas preventivas podem diminuir os índices de afastamento do trabalho e os riscos de ações judiciais

As doenças ocupacionais não atingem somente os trabalhadores que têm sua saúde comprometida; afetam também as empresas, que precisam lidar com problemas como as faltas no trabalho, o aumento dos riscos de acidentes e questões judiciais. A adoção de medidas ergonômicas preventivas pode ser uma resposta para esses problemas, trazendo vantagens como a redução de custos e o aumento da produtividade.

 As empresas que investem em ergonomia podem obter diversos benefícios, como a diminuição de despesas causadas por ações trabalhistas e a melhoria da gestão ocupacional com a prevenção de acidentes e do adoecimento no ambiente de trabalho. “São ações que contribuem para um ambiente de trabalho mais seguro, produtivo e juridicamente protegido”, explica Jéssica da Silva Gonçalves, coordenadora de Ergonomia da Salvia Saúde Corporativa, que dá cinco dicas de como as empresas podem trabalhar de forma preventiva.

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Jéssica da Silva Gonçalves, coordenadora de ergonomia da Salvia
  1. Faça uma avaliação inicial de cada colaborador: o monitoramento deve iniciar na entrada do colaborador na empresa, durante o exame admissional. Dessa forma, é possível coletar dados completos do funcionário, estruturar planos de ação e organizar toda a documentação necessária para o atendimento às leis trabalhistas.
  2. Realize análises ergonômicas: o objetivo é identificar problemas que podem causar acidentes de trabalho. Verifica-se, por exemplo, a relação entre ergonomia, as pausas para descanso e a movimentação de carga com a saúde ocupacional. É importante certificar se ferramentas são adequadas e se as equipes estão bem dimensionadas para evitar sobrecargas. 
  3. Faça o acompanhamento do ponto: dessa forma, é possível identificar se a demanda produtiva está afetando as equipes, exigindo contratações adicionais para evitar o excesso de horas extras. 
  4. Verifique as horas de treinamento: é importante saber se há oferta de treinamento adequado para a prevenção de riscos no ambiente de trabalho. Diminuindo os índices de acidentes e de adoecimento, além de zelar pela saúde dos colaboradores, a empresa reduz também as despesas com faltas ao trabalho e tem um impacto positivo no FAP (Fator Acidentário de Prevenção), uma vez que uma menor incidência de afastamentos reduz os encargos previdenciários. 
  5. Invista em uma assistência técnica especializada: esse apoio pode trazer benefícios como a redução de despesas causadas por ações trabalhistas, multas e ajustes emergenciais. Recentemente, uma indústria têxtil no Paraná evitou custos de cerca de R$ 500 mil em três ações trabalhistas relacionadas à ergonomia. As denúncias foram feitas por funcionários que alegaram ausência de pausas ergonômicas e associaram as condições de trabalho a riscos de doenças ocupacionais. “Foi realizada uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) em toda a unidade, constatando-se que não havia riscos ergonômicos relacionados à repetitividade ou postura. Essa análise foi apresentada à Justiça como parte da defesa técnica”, afirma Jéssica da Silva Gonçalves, responsável pelo caso. 

 Além do laudo técnico, a equipe de defesa participou da perícia judicial, acompanhando o perito nomeado pelo juiz e documentando todo o processo. “A perícia in loco confirmou as conclusões da nossa análise. Essa documentação foi essencial para comprovar que a empresa estava em conformidade e que não havia necessidade de pausas ergonômicas adicionais”, destaca Jéssica. Como parte da estratégia, a empresa também apresentou registros de treinamentos, orientações posturais e procedimentos preventivos realizados com os trabalhadores. A combinação desses elementos resultou em uma decisão favorável à empresa, que foi isenta de indenizações.

 Daiana Constantino
Jornalista da All Press.

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