Exercícios só no fim de semana? A ciência diz que está tudo bem!
Estudo indica que, se o tempo dedicado às atividades físicas for adequado, não há problema em concentrá-lo em poucos dias
Se você sente culpa por só conseguir se exercitar nos fins de semana, uma nova pesquisa traz uma notícia animadora: mesmo quem malha um ou dois dias por semana pode ter benefícios parecidos com os de indivíduos que se exercitam regularmente ao longo da semana, desde que a quantidade em minutos seja equalizada.
O estudo, publicado em abril de 2025 no respeitado Journal of the American Heart Association (JAHA), foi conduzido por pesquisadores da Southern Medical University, na China. Eles analisaram informações de mais de 93 mil adultos entre 37 e 73 anos do UK Biobank — um banco de dados do Reino Unido — para entender como diferentes padrões de atividade física afetam o risco de morte. Os cientistas compararam três grupos:
- Inativos: quem não fazia a quantidade mínima recomendada de exercícios.
- Ativos regulares: quem distribuía pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou intensa ao longo da semana.
- Guerreiros de fim de semana: quem atingia esses mesmos 150 minutos, mas concentrados em um ou dois dias.
O resultado? Ambas as turmas apresentaram redução significativa e semelhante no risco de morte, em comparação com os inativos.
Mais especificamente, o risco de morrer por qualquer causa foi cerca de 32% menor para os “guerreiros” e 26% menor para os ativos regulares. Os dois grupos observaram também reduções no risco de morte por doenças cardiovasculares e câncer.
Como o estudo foi feito?
Entre 2013 e 2015, mais de 100 mil participantes do UK Biobank aceitaram usar um acelerômetro —aparelho parecido com uma pulseira de atividade — durante uma semana completa. O aparelho registrou todos os seus movimentos.
Depois, os pesquisadores acompanharam essas pessoas por cerca de oito anos. Nesse período, eles observaram quem morreu e quais foram as causas, cruzando os dados com o padrão de atividade física registrado anteriormente.
Ao utilizar um método objetivo (o acelerômetro), o estudo evitou problemas comuns de pesquisas baseadas em autorrelato, como esquecimentos ou exageros.
O que isso significa para você?
Muita gente desanima com a ideia de se exercitar “todo dia”. A boa notícia é que, segundo esse estudo, acumular 150 minutos de exercícios em poucos dias — como no fim de semana — já faz uma diferença enorme.
Claro, o ideal continua sendo se movimentar regularmente: o corpo se beneficia de formas variadas com essa continuidade, como melhor controle do estresse e do sono. Mas, se só sobra espaço na agenda aos sábados e domingos, não precisa desistir!
O importante é atingir pelo menos aqueles 150 minutos semanais recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Se puder fazer mais, melhor ainda!
Qual tipo de exercício conta?
O estudo considerou atividades de intensidade moderada a vigorosa, como:
- Caminhada acelerada
- Corrida
- Ciclismo
- Natação
- Dança
Ou seja, não precisa ser só academia: qualquer atividade que faça seu coração bater mais rápido está valendo!
Mas nem tudo são flores. Apesar das boas notícias, os autores ressaltam algumas limitações do próprio trabalho. A atividade física foi medida apenas uma vez no início do estudo — as pessoas podem ter mudado seus hábitos ao longo dos anos. Além disso, a maioria dos participantes era de origem europeia, o que demanda novos estudos em populações mais diversas.
Mesmo assim, os resultados são robustos. Em suma, se a vida corrida não deixa você fazer exercício todos os dias, respire aliviado: o importante é somar minutos de atividade ao longo da semana, seja como for. Movimentar-se é um dos melhores investimentos que você pode fazer pela sua saúde.
30 de abril de 2025
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