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Cãibras noturnas nas pernas: o que sabemos sobre esse martírio

As dores intensas típicas desse quadro muitas vezes podem ser prevenidas – ou, ao menos, atenuadas

Você está dormindo tranquilamente quando, de repente, é acordado por uma sensação estranha em uma perna. O formigamento rapidamente se transforma em dor intensa e contração dos músculos. Só depois de algum tempo – minutos, em geral – é que o incômodo passa. Já passou pela sensação de ter uma cãibra noturna na perna?

Esse quadro é uma alteração no músculo, caracterizada por contrações involuntárias dolorosas na panturrilha, atrás da coxa e nos músculos dos pés durante a noite. Estudos mostram que mais de 33% da população acima de 50 anos apresenta o problema – a quantidade de pessoas afetadas aumenta com o avançar da idade. 

Em cerca de 20% dos casos, as cãibras também acontecem após períodos de repouso durante o dia. As pessoas desse subgrupo, aliás, apresentam comumente distúrbios do sono que podem afetar a qualidade de vida. 

Suspeita-se de que uma das causas seja o encurtamento muscular entre as pessoas mais velhas e menos ativas fisicamente. Por outro lado, exercícios vigorosos e a longa permanência de pé também são vistos como fatores de risco. 

Sabe-se ainda que doenças crônicas no fígado, insuficiência renal, doenças vasculares como varizes, deficiência de cálcio ou magnésio e desidratação estão associadas à cãibra. Alguns estudos também apontam uma relação com o uso de certas medicações, como a reposição de ferro na veia, estrógenos conjugados, diuréticos e, em menor grau, estatinas (frequentemente receitadas contra o colesterol alto). 

Não existe, até o momento, um tratamento específico para as cãibras noturnas em pernas. Daí porque vale olhar especialmente para a prevenção, valorizando alongamentos passivos e massagem da musculatura profunda. A reposição de magnésio seria uma medida de prevenção, segundo alguns estudos, mas ela ainda é controversa. 

Na crise aguda, o que temos a fazer é alongar o músculo contrário à cãibra assim que os sintomas começarem a surgir. E, na prevenção, é importante valorizar uma alimentação saudável e a prática moderada de atividade física!

Por Daniela Moraes,

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Daniela Moraes

Médica reumatologista pelo HC-FMRP-USP. Graduação, mestrado e doutorado pela FMRP-USP.

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